Lançamento do Prêmio COMDEDINE na Rede Municipal de Educação / RJ Ocorreu no dia: 10 /06/10 às 14h na Av. Presidente Vargas, 1.314, CENTRO Centro de Referência de Educação Pública Rivadávia Corrêa
E OS HOMENAGEADOS NESTE PRÊMIO FORAM
DR. JULIANO MOREIRA
Nascido em Salvador, afro-descendente e de origem pobre, entrou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1886, formando-se aos dezoito anos, em 1891, e se tornando professor da Faculdade.
Já em 1900 representa o Brasil em congressos internacionais: em Paris, neste ano - sendo também eleito Presidente Honorário do 4º Congresso Internacional de assistência a alienados, em Berlim; também foi congressista brasileiro em Lisboa, em 1906; Milão e Amsterdão, em 1907; Londres e Bruxelas, em 1913.
Em 1903, após ter exercido a clínica psiquiátrica na Faculdade Baiana, mudou-se para o Rio de Janeiro.
Durante seu trabalho na direção do Hospício Nacional dos Alienados, do Rio de Janeiro, humanizou o tratamento e acabou com o aprisionamento dos pacientes.
Defendeu a idéia de que a origem das doenças mentais se devia a fatores físicos e situacionais, como a falta de higiene e falta de acesso à educação, contrariando o pensamento racista em voga no meio acadêmico, que atribuia os problemas psicológicos do BSebastião José de Oliveira nasceu no bairro de Cascadura, na cidade do Rio de Janeiro, em 3 de novembro de 1918. Filho de Onofre José de Oliveira e Jesuína da Fonseca Oliveira sempre se orgulhou de sua ascendência africana e cresceu ouvindo as histórias sobre seus antepassados contadas por seus pais, mas sobretudo por sua avó, materna Bernardina. Freqüentou o Curso Secundário ( atual Ensino Médio) no Ginásio Arte e Instrução, também no bairro de Cascadura. Em 1941 diplomou-se em Medicina Veterinária pela Escola Nacional de Veterinária, sedes da Praia Vermelha e Maracanã ( atual Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)Brasil à miscigenação. Foi importante representante internacional da Psiquiatria brasileira.
Dentre as instituições das quais foi membro Juliano Moreira, contam-se: Antropolegische Gesellschaft (Munique); Societé de Medicine (Paris); Medico-legal Society (Nova York). Juliano Moreira foi membro da Diretoria da Academia Brasileira de Ciências entre 1917 e 1929, tendo ocupado o cargo de Presidente no último triênioFoi discípulo de Hugo de Souza Lopes, que substituiu Lauro Travassos na cadeira de Zoologia Médica e Parasitologia, na Escola Nacional de Veterinária e, através do qual chegou ao Instituto Oswaldo Cruz, em 1939, como estagiário sem remuneração da "Secção de Helmintologia", chefiada por Lauro Pereira Travassos. Esta porém não era a primeira vez que Sebastião José de Oliveira atravessava os portões de Manguinhos. Anos antes, já havia tido esta experiência, quando por ser aficcionado por aviação, esteve no Museu de Anatomia Patológica, no 3º andar do Castelo Mourisco, para ver a perna do aviador italiano Del Plete, que havia morrido quando o avião Savoia-Marchetti, que pilotova, caiu na Baía de Guanabara, na altura da Ilha do Governador, durante um vôo de demonstração. Para tal feito, teve a companhia de seu primo Edgard do Espírito Santo, que assim como outros dois de seus primos, João do Espírito Santo e Francisco Gomes, o Chico Trombone, eram serventes no Instituto Oswaldo Cruz.
Na antiga "Secção de Helmintologia", além de Lauro Pereira Travasssos, pode trabalhar ao lado de pesquisadores como Herman Lent, João Ferreira Teixeira de Freitas, Domingos Arthur Machado Filho, Manoel Cavalcanti Proença, Romualdo Ferreira D'Almeida, Hugo de Souza Lopes e, ainda, com o fotógrafo e técnico Mário Ventel, técnicos Antonio Nobre e José de Carvalho e outros auxiliares.
Inicialmente. Hugo de Souza Lopes o orientou para o estudo de moscas da família Cruziidae ( Acaliptrata). O estagiário Sebastião José de Oliveira já trazia consigo uma paixão: a família Chironomidae, díptero pouco estudado na época, e que trazia como lembrança de sua infância, quando brincava com os "bichinhos vermelhos", no quintal de sua casa e, que anos mais tarde, descobriu tratar-se das larvas de Chironomidae. Mas, como bom estagiário, estudou não só a família Cruziidae, mas também outras, o que fez com que, ainda em 1941 publicasse seu primeiro trabalho "Sobre Ophyra aenescens (Wiedemann, 1830) ( Diptera, Anthomyidae)". Feito isto, Souza Lopes quis encaminhá-lo para estudar taxonomia e biologia de Culicidae (Insecta : Diptera) com Gustavo Mendes de Oliveira Castro, o que não se concretizou, porém, seu autodidatismo acabou por fazê-lo encontrar-se com John Lane, do Instituto de Higiene de São Paulo e Nelson Cerqueira, que trabalhavam para a Fundação Rockefeller.
DRª JUREMA WERNECK
é coordenadora de Criola, médica, mestre em Engenharia de Produção pela Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia, UFRJ (2000) e doutorada em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). Tem experiência na área de saúde coletiva, com ênfase em saúde da população negra e atua nos seguintes temas: biopolítica, biotecnologia genética, bioengenharia, saúde e população negra raça, racismo, gênero, cultura afrobrasileira, música negra e samba.
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