A origem e expansão das “Matrizes africanas no território brasileiro” é o tema de uma palestra, a ser proferida hoje, às 15h00, pelo professor Rafael Sanzio dos Anjos, no Museu de História Natural.Analisando os traços culturais transportados além Atlântico pelo tráfico negreiro, em especial a trajectória dos africanos que originaram os quilombos no Brasil, a palestra, dirigida ao público interessado, em estudos africanos e brasileiros, especialmente a professores, pesquisadores e estudantes das áreas de ciências humanas e sociais, vai mostrar um novo ponto de vista sobre a vida dos escravos nas plantações onde eram desterrados.O palestrante, que se encontra no país desde sábado, avançou que perspectiva ainda desenvolver algumas pesquisas no Arquivo Histórico Nacional, no Museu Nacional da Escravatura, bem como traba-lhos de campo junto às comunidades tradicionais no interior do país.No país até domingo, Rafael Sanzio vem fazendo até à data um programa de difusão da exposição cartográfica itinerante “A África, o Brasil e os Territórios dos Quilombos”, com apoio da Caixa Económica Federal e da Petrobras.A ideia, segundo o professor, é levar ao conhecimento dos angolanos uma parte fragmentada da história dos escravos africanos nas plantações, mostrar a influência da sua cultura nos povos da região, assim como alguns vestígios desta tradição no quotidiano dos brasileiros.“Os quilombos representaram uma das formas de resistência e combate à escravidão. Rejeitando a cruel forma de vida, os negros buscavam a liberdade e uma vida com dignidade, resgatando a cultura e a forma de viver que deixaram na África e contribuindo para a formação da cultura afro-brasileira”, explica.Rafael Sanzio Araújo dos Anjos é professor do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília e pesquisador no Museu Real da África Central em Tervuren (Bélgica).Dentre alguns de seus trabalhos e publicações, destacam-se “Territórios das comunidades remanescentes de antigos quilombos no Brasil” (2000-2005), da Colecção África-Brasil, o mapa dos municípios com registros de comunidades quilombolas (2005) e os livros “Quilombolas: Tradições e Cultura da Resistência” (2006) e “Dinâmica Ter-ritorial: Cartografia-Monitoramento-Modelagem” (2008).
FONTE :Jornal de Angola -On Line
Comentários