Países africanos querem tecnologia para pré-sal
Os países africanos que já têm no Brasil um dos seus principais parceiros comerciais, cujo intercâmbio já chega a R$ 80 bilhões anuais – sendo que mais que de 50% representam importações brasileiras – querem que o Brasil disponibilize a tecnologia para exploração de petróleo na camada pré-sal naquele continente.
Países como Cabo Verde e Senegal, situados na costa oeste da África, acreditam serem detentores de reservas significativas de petróleo, numa área idêntica à do Brasil, já que há cerca de 150 milhões de anos a América do Sul e a África estavam juntas e, após se separarem, uma parte do pré-sal ficou na costa brasileira e outra na africana.
Protagonismo - A questão energética, investimentos em infraestrutura e mecanismos de financiamento são alguns dos assuntos que estão sendo tratados por representantes de 12 países africanos reunidos no Colóquio Brasil-África, que acontece, no Gran Hotel Stella Maris Resort, em Salvador.
Realizado em parceria com o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), vinculado à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, o evento foi aberto pelo governador Jaques Wagner, o ministro da Promoção da igualdade, Edson Santos, e a secretária Executiva do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Arlete Sampaio. A realização do colóquio Brasil-Africa marca o lançamento do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia (Codes), inspirado na iniciativa semelhante do governo federal.
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, está sendo representado no por João Bosco Borba, membro do CDES e presidente da Associação Nacional dos Coletivos de Empresários Empreendedores Afro-Brasileiro. Segundo Borba, a África mais do que nunca é mercado prioritário para o Brasil, a partir do novo papel de protagonista que o País assume perante aquele continente.
“Em relação ao pré-sal o Brasil tem a tecnologia. O importante é esse intercâmbio tecnológico continuar, assim como levamos as experiências da Embrapa e do Sebrae”, pontuou. O colóquio, ainda de acordo com Borba, tem a finalidade de potencializar esta relação, sobretudo levando em conta as afinidades culturais entre o Brasil e África.
O governador Jaques Wagner destacou que o Brasil não pode ser apenas “demandador”, tem de ajudar os países-irmãos a se desenvolverem. “ Em tudo aquilo que nós já estamos mais avançados, e ajude os países africanos, podemos colaborar”. Essa ajuda, informou, já é realidade em Cabo Verde e São Thomé e Príncipe, para onde a Bahia enviou técnicos para ajudar no plano de manejo de águas.
No Benin há contribuição em educação e experiência em produção de álcool. A Bahia, disse Wagner, não pretende se colocar como “embaixadora” da política de integração, mas reconhece que a afinidade cultural facilita o intercâmbio com a África.
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